Não poderíamos ficar inertes frente ao artigo publicado pelo proprietário e editor do jornal Expresso Ilustrado e do site www.novapauta.com, Sr. João Loredi Lemes, frente à afirmação dirigida a todos os produtores rurais em um artigo na página http://www.novapauta.com/2018/03/e-nao-e-que-lula-tem-razao.html, de 21.03.2018, ao concordar com a manifestação falaciosa do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e achincalhar toda uma classe que gera empregos formais, paga pesados impostos e produz o alimento que se coloca na mesa dos brasileiros e de muitos estrangeiros.
O Sr. João Lemes cita uma frase do ex-presidente Lula, que cometeu mais um equívoco histórico contra o produtor rural mesmo sentando à mesa para alimentar-se daquilo que todos os dias é produzido pelo setor primário, pelo produtor rural.
Disse Lula que “quando se dá R$ 10 pra uma pessoa pobre, ela será grata pelo resto da vida”. O ex-presidente, condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro, meramente exalta a miséria. Dar R$10 reais a uma pessoa pobre não lhe ajuda a comprar sequer uma cesta básica. Então por que ao invés de lhes dar o “peixe”, não lhes dão a “vara de pescar”? O produtor oferece diuturnamente emprego, com todas as benesses e imposições legais inclusas, exigidas e fiscalizadas por órgãos como o Ministério do Trabalho. Há vagas de emprego rural e déficit de empregados rurais, e isso é fato notório. Produtores de soja, por exemplo, buscam operadores de máquinas para as plantações e colheitas e muitas vezes não se apresenta um candidato sequer para a vaga. Portanto, a demagogia é destronada pelas ações concretas dos produtores rurais, que fomentam não só os comércios locais como fomentam a geração de empregos e retiram milhões da pobreza ao oferecer-lhes empregos formais.
E segue o condenado Lula: “Já fazendeiros recebem do Governo financiamentos milionários e são mal-agradecidos”. Se os produtores rurais obtêm financiamentos do governo, após uma imensa burocracia, é porque o fim é comprovado: financiar um investimento agropecuário. E isso tem um custo, com juros e demais encargos, e um retorno que fomenta o PIB brasileiro de uma forma extraordinária. Segundo dados do Dieese e IBGE, os produtores rurais são responsáveis por ¼ do PIB brasileiro e do número de empregos, e foi o único setor que cresceu neste período de crise. Não é o caso de ser bom ou mal-agradecido: o governo oferece o crédito, o produtor rural aceita e investe em um serviço que o próprio governo impõe diversos impostos e detém o retorno amplificado do que foi oferecido a título de financiamento. Quem ganha milhões é o Estado exator pelo serviço prestado pelo próprio produtor rural.
Por fim, diz Lula: “Gostam mesmo é de dar calote”. Errado. O produtor rural gosta de produzir, de ver empregador e empregado dialogando para um melhor rendimento que terá como consequência o crescimento da produção e do setor. Quem deu o calote na nação foram os maus gestores, os falaciosos, os populistas de plantão, que, como carrapatos, sugam quem produz e paga impostos para ali adiante alegar fantasiosamente que “tirou milhões da pobreza”, quando esses na verdade apenas receberam migalhas ao invés de aprendizado e oportunidade, como os produtores rurais oferecem aos seus contratados e colaboradores.
Não obstante, alega o Sr. João Lemes, no mesmo artigo em que cita a frase de Lula, que os produtores rurais mantêm a boa balança comercial porque herdaram montanhas de terra e agora devem produzir em cima. Porém, não há diferença entre os que herdaram ou conquistaram tudo pelo suor do rosto. O direito à sucessão é consagrado no Direito brasileiro, e isso é inexorável. E realmente produzem em cima de uma terra que gera, entre outros, alimentos, empregos e que se paga impostos. E quem paga por isso não é o dono do jornal, mas sim o próprio produtor rural.
Os produtores rurais pensam, agem, produzem, detêm perdas pelos mais diversos motivos e também obtém lucros, e quando isso ocorre logicamente investem da forma que lhes aprouver, não sem antes deixar uma fatia a título de impostos, pagamento de empregados e dos custos da produção. Se eles devem e às vezes renegociam é porque infelizmente as perdas foram maiores que os lucros, e não há ninguém nessas horas para enxugar as lágrimas. O ímpeto honesto da grande e esmagadora maioria dos produtores rurais em renegociar dívidas é mais salutar do que o devedor confesso das mais diversas áreas que sequer procura o banco para tanto.
O governo nunca se obrigou a dar arrego ao produtor rural. Nunca existiu, de fato, um arrego. O governo empresta porque detém lucros com as linhas de crédito. Já o pequeno produtor rural detém tanto financiamento quanto o grande, como foi, por exemplo, através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Em Santiago, em Unistalda, em Capão do Cipó e em todo o Brasil os produtores rurais fomentam o crescimento do PIB e abrem todos os dias novas vagas de emprego. É da terra que vem o sustento.
Por fim gostaria que este jornalista que escreveu o referido texto procurasse se assessorar de pessoas mais esclarecidas sobre o tema a discorrer e que não colocasse meros números sem uma análise conjunta dos mesmos porque Santiago é polo de uma região e não deve ser analisado desta maneira. Lembro ainda que o senhor se intitula jornalista então aja como tal e procure informar seus leitores de forma clara e honesta como deve ser o jornalismo, se você não conhece o agronegócio não fale dele ou então fale de outro assunto.
Nessa senda, o Sindicato Rural de Santiago, Unistalda e Capão do Cipó repudia as afirmações do ex-presidente Lula e do proprietário das referidas mídias santiaguenses, no firme propósito de defesa incessante dos produtores rurais e na luta pelo fim da corrupção e da alta carga tributária.
José Luiz Dalosto – Pres. Sindicato Rural de Santiago, Unistalda e Capão do Cipó. 1u2936